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Remédios inapropriados para pessoas idosas

Remédios inapropriados para pessoas idosas

Devido às alterações no corpo humano que ocorrem durante o envelhecimento, os medicamentos utilizados por adultos mais velhos também podem ter efeitos diferentes, especialmente no que se refere às reações adversas. Alguns remédios inapropriados para pessoas idosas são muito conhecidos.

Dada a maior probabilidade de efeitos colaterais com certos medicamentos, foi criada uma lista de remédios potencialmente inapropriados para pessoas mais velhas. Essa lista é abordada pelos “Critérios de Beers”, um consenso de especialistas em cuidados geriátricos, farmacologia e psicofarmacologia que alertam sobre os riscos de certos tratamentos para a população com 65 anos ou mais.

A lista inclui 30 medicamentos individuais ou classes de medicamentos que devem ser evitados e 40 medicamentos ou classes de medicamentos que devem ser usados com cautela ou evitados em pessoas com determinadas condições de saúde.

Antes de fornecer alguns exemplos de medicamentos potencialmente inapropriados para pessoas idosas, é importante entender por que essa população é mais suscetível a efeitos adversos de medicamentos.
  1. Diminuição da quantidade de água corporal: Adultos jovens têm cerca de 60% de seu corpo composto por água, enquanto adultos mais velhos têm apenas cerca de 50%. Essa redução pode tornar alguns medicamentos mais concentrados na corrente sanguínea.
  2. Redução da capacidade de filtragem renal: Os rins são responsáveis pela eliminação de grande parte dos medicamentos utilizados. Com a redução do funcionamento renal natural própria do envelhecimento, alguns medicamentos podem ser eliminados mais lentamente e, portanto, ter sua concentração sanguínea aumentada.
  3. Diminuição do volume do fígado e do seu fluxo sanguíneo: O processo de metabolização hepática de alguns medicamentos pode ser reduzido em até 40%, o que pode aumentar a toxicidade de certos remédios.

Devido a essas três principais modificações corporais, medicamentos devem ser utilizados de forma diferenciada pela população mais velha, alguns sendo menos indicados do que outros.

Aqui estão alguns exemplos de remédios potencialmente inapropriados para pessoas idosas:

Anti-inflamatórios não esteroidais:

Os anti-inflamatórios são medicamentos de uso muito comum para tratar dores agudas e crônicas, além de processos infecciosos ou inflamatórios diversos. No entanto, os principais riscos do uso dessa classe de medicação incluem lesão renal aguda, retenção de líquidos (edema), descompensação de insuficiência cardíaca, sangramento gastrointestinal, descontrole de hipertensão arterial e infarto do miocárdio.

Exemplos: diclofenaco, nimesulida, ibuprofeno, cetorolaco.

Relaxantes musculares:

Os relaxantes musculares são frequentemente usados para tratar dores musculares. No entanto, seu uso pode provocar efeitos sedativos, como sonolência excessiva, tonturas, desequilíbrio, risco de quedas e fraturas.

Exemplos: carisoprodol, ciclobenzaprina, orfenadrina.

Antidepressivos tricíclicos:

Uma família de antidepressivos que pode causar diversos efeitos colaterais neurológicos, chamados de efeitos anticolinérgicos. Essas reações podem provocar comprometimento cognitivo (problemas de memória e confusão mental), boca seca, constipação intestinal, tonturas, sonolência e quedas.

Exemplos: amitriptilina, nortriptilina, imipramina. 

Alguns medicamentos para tratamento de doenças cardiovasculares:

Alguns remédios para o coração podem provocar efeitos adversos graves em pacientes idosos, entre eles a hipotensão arterial (pressão baixa), bradicardia (batimentos cardíacos lentos), desmaios, tonturas e quedas.

Exemplos: amiodarona, digoxina, metildopa.

A lista de remédios inapropriados é bastante extensa, sendo necessário o conhecimento especializado na saúde de pessoas idosas para cuidar de pacientes mais velhos de modo assertivo.
Esse é um dos papeis do médico geriatra. Conhecer remédios que podem e devem ser utilizados pela população de mais idade, mas também reconhecer aqueles que devem ser evitados.

Além disso, é importante ressaltar que a lista de medicamentos inapropriados pode ser atualizada periodicamente à medida que novas evidências científicas são obtidas.

Por isso, é fundamental que as pessoas idosas sempre informem seu médico sobre todos os medicamentos que estão tomando, incluindo suplementos e remédios de venda livre, para que o profissional possa avaliar se é seguro e apropriado para elas utilizá-los.

Por fim, é importante enfatizar que a prescrição de medicamentos para pessoas idosas deve ser individualizada e considerar as particularidades de cada paciente, como suas condições de saúde, outras medicações em uso e possíveis interações medicamentosas.

Assim, é fundamental que a população idosa tenha o acompanhamento de um médico geriatra, para garantir uma prescrição adequada de medicamentos.

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