Blog

Diagnóstico Qualidade de vida Saúde

Incontinência urinária em pessoas idosas

Incontinência urinária em pessoas idosas

A incontinência urinária afeta até 75% das mulheres com 60 anos ou mais, com a prevalência da condição aumentando progressivamente com o avanço da idade. No sexo masculino, a incontinência pode afetar 1 em cada 3 homens idosos.

Esta é uma condição que compromete a qualidade de vida, causa constrangimento e pode aumentar o risco de infecções. A incontinência urinária tem tratamento, que varia de acordo com a origem dos sintomas.

Didaticamente, a incontinência urinária é dividida em dois subtipos:

Incontinência de estresse:

Caracteriza-se pela eliminação de urina quando a pessoa se submete a algum tipo de esforço que aumenta a pressão intra-abdominal, como tossir, espirrar ou levantar peso.

O principal mecanismo desse tipo de incontinência é a fraqueza da musculatura pélvica, estrutura que sustenta os órgãos do abdômen inferior, como a bexiga e o útero, e também controla o esfíncter urinário, estrutura muscular que promove a capacidade de retenção ou liberação do fluxo urinário.

Alguns fatores podem facilitar o desenvolvimento ou o agravamento da incontinência urinária de estresse, como histórico de múltiplas gestações, partos normais prévios, obesidade, diabetes e reposição hormonal feminina.

Incontinência de urgência ou bexiga hiperativa:

Causa um desejo súbito de urinar, não sendo possível reter a micção por muito tempo. Tipicamente, a pessoa que sofre dessa condição perde urina no trajeto até o banheiro.

A incontinência de urgência ocorre devido a contrações involuntárias da bexiga, que é revestida por uma faixa de músculos que possuem ativação autônoma. Um descontrole desse mecanismo provoca a liberação de urina em momentos inapropriados.

Essa contração falha também pode ser desencadeada por mudanças na posição do corpo, como levantar-se da posição deitada, por exemplo. Além disso, estímulos sensoriais como lavar as mãos, exposição ao frio e ouvir o ruído de água escorrendo podem desencadear a incontinência urinária de urgência.

Nesse subtipo de incontinência urinária, há uma grande associação com idades avançadas, além da presença de comorbidades como hipertensão arterial, diabetes e depressão.

Diagnóstico da perda involuntária de urina:

Os diferentes tipos de perda involuntária de urina possuem características bem definidas, portanto, na maioria das vezes, o diagnóstico é feito clinicamente, por meio de informações obtidas durante a consulta, sem a necessidade de realização de exames invasivos 2.

Pessoas, geralmente do sexo feminino, que apresentam perda urinária ao tossir, correr ou erguer peso, serão frequentemente diagnosticadas com incontinência urinária de estresse. Por outro lado, pacientes que se queixam de uma súbita vontade de ir ao banheiro, sem conseguir reter a urina no caminho até o toalete, muito provavelmente terão o diagnóstico de incontinência urinária de urgência. Na população idosa, é comum a combinação dos dois tipos de incontinência urinária, condição chamada de incontinência urinária mista.

Medicamentos que pioram a incontinência urinária:

Alguns medicamentos podem piorar ou provocar a incontinência em adultos mais velhos, atrapalhando os mecanismos de controle da retenção de urina ou estimulando a diurese excessivamente, como é o caso de alguns anti-hipertensivos, especialmente os diuréticos. Analgésicos opioides também podem exacerbar a incontinência, assim como relaxantes musculares, psicotrópicos e mesmo antialérgicos.

Tratamento da incontinência urinária:

Uma vez estabelecido o diagnóstico, existem diferentes abordagens terapêuticas, que devem ser iniciadas da menos para a mais invasiva. Mudanças de estilo de vida, como perda de peso e modificações do hábito de ingerir líquidos e esvaziar a bexiga, estão no topo da lista.

É recomendável não reter a urina por muito tempo e concentrar a ingestão de líquidos durante o dia, para evitar a perda urinária noturna. Evitar o consumo de álcool e o excesso de cafeína também pode ajudar na prevenção da incontinência.

O fortalecimento da musculatura pélvica por meio de exercícios específicos também pode ser muito útil, especialmente na incontinência urinária de esforço. Mulheres com esse tipo de incontinência e que não conseguem obter melhora com medidas conservadoras podem se beneficiar de procedimentos cirúrgicos, mas devem avaliar os riscos e benefícios.

No caso da incontinência urinária de urgência, medicamentos específicos podem funcionar bem, mas é importante um acompanhamento com um médico geriatra, visto que muitas medicações usadas no tratamento podem causar diversos efeitos colaterais na pessoa idosa.

Como um médico geriatra pode ajudar?

A incontinência urinária é um dos principais problemas que afetam a população idosa, por isso, o geriatra desempenha um papel fundamental no diagnóstico e tratamento dessa condição.

Se você tem experimentado perdas involuntárias de urina, consultar um geriatra e receber um tratamento adequado pode ser uma forma de melhorar sua qualidade de vida.

Não é razoável aceitar esse desconforto considerando os avanços da medicina e a disponibilidade de recursos para tratar a incontinência urinária.

É importante entender que a incontinência urinária não é uma condição normal do envelhecimento e pode ser melhorada em grande parte dos casos, às vezes até revertida.

Para investir na melhora da sua qualidade de vida e agendar uma consulta clique aqui.

Escrever um comentário