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Depressão na pessoa idosa

Depressão na pessoa idosa

Os sintomas da depressão na pessoa idosa são diferentes:

Reconhecer a doença nessa população nem sempre é fácil ou intuitivo, motivo pelo qual ela muito confundida com outras condições ou mesmo compreendida como algo normal do envelhecimento. 

Tristeza ou humor deprimido, sintomas conhecidos da depressão, por vezes não estão presentes em pessoas mais velhas que desenvolvem a doença. 

Conhecer as particularidades da depressão na terceira idade é essencial para um diagnóstico assertivo e realização de tratamento eficaz, com a menor possibilidade de efeitos colaterais. 

Números da depressão em adultos mais velhos:

Existe uma correlação direta com a idade, a qual é proporcional à prevalência da doença. Quanto maior a idade, maior a chance de desenvolver um transtorno depressivo.

De modo geral a depressão pode estar presente em até 16% das pessoas com mais de 60 anos, com significativo aumento desses números em quem ultrapassa a oitava década de vida. 

Em instituições de longa permanência para idosos (ILPI), popularmente conhecidas como casas de repouso, a doença pode acometer até metade dos seus residentes.

Alem da sua elevada prevalência, existe um risco 4 vezes maior de que pessoas idosas deprimidas cometam suicídio, dado que alerta para a importância de um diagnóstico e tratamento precoce e efetivo.

Fatores relacionados à depressão na pessoa idosa:

Mulheres são mais acometidas do que os homens, assim como pessoas com incapacidades e comprometimento da sua funcionalidade.

O déficit auditivo, muito comum em adultos mais velhos, é um dos fatores de risco para a depressão,  motivo pelo qual é de extrema importância o seu tratamento. 

Estão mais suscetíveis à depressão pessoas com comorbidades, entre elas as dores crônicas, acidente vascular cerebral (AVC), diabetes e demências. 

A presença de isolamento social e viuvez também se relacionam à um processo depressivo em pessoas com mais de 60 anos. 

Como identificar a depressão na 3a idade?

Mais do que sentir tristeza, pessoas idosas deprimidas desenvolvem um sintoma chamado de anedonia, o qual significa perder o interesse por atividades que antes eram prazeirosas. 

O que normalmente poderia ser interessante e agradável, como por exemplo receber visitas de amigos e familiares, frequentar a igreja, ir a restaurantes ou outros passeios, na depressão podem se tornar atividades indesejadas ou mesmo repulsivas. 

Além do desinteresse, na depressão da pessoa idosa são comuns as queixas de desânimo e fadiga, muitas vezes mal interpretadas como sensações normais da velhice.

A pessoa com depressão pode ter problemas de concentração e memória, bem percebidos e evidenciados pelo doente, o qual relata frequentemente estar com a mente ruim ou fraca. Entretanto, essas alterações cognitivas são diferentes das presentes em quadros de doença de Alzheimer

Transtornos de sono são frequentes, manifestados como dificuldades para dormir, insônia, despertares noturnos ou mesmo a sonolência excessiva. 

Na pessoa idosa deprimida a perda de apetite e de peso são sintomas comuns e preocupantes, pois podem levar à um processo de ainda maior fragilização.

O tratamento da depressão em adultos mais velhos também é diferente:

Apesar da doença ser mais prevalente em pessoas com mais de 60 anos, a resposta ao tratamento costuma ser muito boa, com elevada eficácia ao uso de medicamentos, especialmente quando combinados à medidas não farmacológicas.

Quanto antes o tratamento for iniciado, mais rápida será a recuperação do paciente e melhor a sua qualidade de vida. 

Antidepressivos são remédios essenciais na abordagem de quadros depressivos moderados a graves, porém devem ser muito bem selecionados, pois muitos deles podem provocar efeitos colaterais em pacientes idosos. 

Os medicamentos de primeira linha são os antidepressivos inibidores da recaptação seletiva da serotonina (ISRS), sendo três exemplares dessa família mais recomendados, pela existência de estudos científicos que demonstram segurança e eficácia em adultos mais velhos: Sertralina, Escitalopram e Citalopram.

Outras modalidades de medicações que podem ser bem indicadas em pessoas idosas são Mirtazapina, Venlafaxina e Duloxetina, levando em consideração os sintomas associados e comorbidades existentes. 

A escolha pelo medicamento que produzirá melhores resultados e menores efeitos colaterais é algo que requer conhecimento específico na saúde de adultos mais velhos, uma das razões pelas quais a consulta e acompanhamento com médico geriatra pode ser muito interessante no cuidado com pessoas idosas deprimidas. 

O que fazer na suspeita de depressão?

Quando identificados sinais de que uma pessoa querida pode estar com depressão, é importante buscar ajuda profissional. Oferecer auxílio para escolher um médico de confiança pode ser uma saída.

Se colocar à disposição como um ponto de apoio para essa pessoa, comunicar que é possível melhorar a qualidade de vida e motivá-la a aceitar ajuda médica. 

O geriatra é o especialista ideal para atender pessoas idosas com sintomas depressivos, por conhecer as particularidades de adultos mais velhos e ter uma visão integral sobre a saúde, reconhecendo aspectos biológicos, psicológicos e sociais, presentes na saúde.

Caso precise de auxílio para um diagnóstico e tratamento da depressão, encontro-me à disposição para uma consulta. É só acessar a sessão de agendamentos do site ou visitar minha página da Doctoralia. 

4 Comments

  1. Lucilene
    25 de novembro de 2022 at 11:17

    Ótimo conteúdo! O meu pai está assim….BEM DESANIMADO….Mas não sei se é depressão ou a maneira como ele é tratado.

    1. Dr. Alexandre Casco Pietsch
      26 de novembro de 2022 at 15:43

      O desânimo é um dos principais sintomas da depressão na pessoa idosa, porém pode fazer parte de outras condições que afetam o sistema nervoso, como as demências.

  2. Josiella
    13 de julho de 2023 at 22:14

    Dr. Minha mãe após o falecimento do meu Pai ficou com sintomas.depressivos e o neuro indicou o citalopran. Toma há 2 anos, porém a memória continua muito ruim, ela esquece facilmente informações recentes. Ela relata sentir um ” abafamento”, eu creio que seria fadiga. Do que se trata especificamente a fadiga.
    Te sigo a pouco tempo, e como cuido dela tem sido de grande ajuda. Obrigada

    1. Dr. Alexandre Casco Pietsch
      17 de março de 2024 at 09:29

      Importante entender que sentir fadiga não é normal, mas é um sintoma muito comum nos pacientes idosos, que pode estar relacionada a diferentes tipos de problema de saúde. Em uma consulta podemos diagnosticar e tratar a causa do problema.

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