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Idosos podem usar anti-inflamatórios?

Idosos podem usar anti-inflamatórios?

Idosos podem usar anti-inflamatórios, porém apenas em situações muito específicas e com uma detalhada avaliação do risco / benefício, algo feito pelo médico geriatra em consulta.

Um dos principais desafios que acometem os idosos são as dores, sejam elas agudas (recentes) ou crônicas (com mais de 3 meses de duração). Muitos buscam alívio por meio do uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), porém, frequentemente, desconhecem os riscos associados a essa classe de medicamentos.

Os AINEs atuam inibindo as enzimas ciclooxigenases (COX), responsáveis pela produção de substâncias inflamatórias chamadas prostaglandinas, que causam a sensação de dor. Ao bloquear as COX, os AINEs proporcionam alívio rápido desse sintoma.

No entanto, ao mesmo tempo em que aliviam a dor, esses medicamentos podem afetar negativamente os organismos dos idosos devido às alterações naturais que ocorrem com o envelhecimento.

Para responder se idosos podem usar anti-inflamatórios, é preciso conhecer os seus principais riscos, que se manifestam de diversas maneiras:

  • Risco aumentado de problemas gastrointestinais: AINEs como ibuprofeno e naproxeno podem irritar o trato gastrointestinal, levando a úlceras e sangramento no estômago ou intestino, com consequências mais graves para os idosos.
  • Aumento da pressão arterial: Alguns AINEs causam retenção de líquidos e elevação da pressão arterial, o que pode ser problemático para idosos com hipertensão ou problemas cardíacos preexistentes.
  • Comprometimento renal: O uso prolongado de AINEs pode prejudicar os rins, o que é especialmente preocupante em idosos, pois a função renal naturalmente diminui com a idade.
  • Risco de hemorragias: Esses medicamentos aumentam o risco de hemorragias, algo particularmente perigoso para idosos com problemas de coagulação sanguínea ou outras condições médicas.
  • Interações medicamentosas: Idosos frequentemente usam diversos medicamentos para tratar doenças crônicas, e os AINEs podem interagir negativamente com outros remédios, aumentando o risco de efeitos colaterais ou reduzindo a eficácia dos tratamentos.
  • Efeitos neurológicos: Alguns AINEs podem causar efeitos neurológicos, como tontura ou confusão, que são preocupantes para idosos, pois podem levar a quedas e lesões.

Por essas razões, é crucial que idosos utilizem AINEs apenas sob prescrição e supervisão médica, devido aos potenciais riscos associados a esses medicamentos.

Alguns exemplos de AINEs comuns incluem:

  1. Ibuprofeno: Amplamente usado para aliviar dores e inflamações, é indicado para enxaquecas, dores musculares, artrite e cólicas, entre outras condições.
  2. Naproxeno: Outro AINE usado para tratar inflamações e dores, frequentemente prescrito para artrite, bursite e tendinite.
  3. Diclofenaco: Utilizado em condições inflamatórias como artrite reumatoide, osteoartrite e dor muscular.
  4. Celecoxibe: É um AINE seletivo para COX-2, com menor probabilidade de irritar o estômago. Principalmente utilizado no tratamento de osteoartrite, artrite reumatoide e outras condições dolorosas.
  5. Meloxicam: Um AINE usado no tratamento de dor e inflamação em condições como artrite reumatoide e osteoartrite.
  6. Etodolaco: Outro AINE indicado para tratar condições inflamatórias, incluindo artrite.
  7. Piroxicam: Pode ser usado para tratar diversas condições inflamatórias, incluindo artrite e outras condições dolorosas.

Afinal, idosos podem usar anti-inflamatórios?

Existem alternativas ao uso de AINEs por idosos. Alguns medicamentos, como paracetamol e dipirona, que têm um perfil de segurança mais favorável, podem ser usados com baixo risco de reações adversas quando administrados na dosagem adequada por indivíduos sem alergias ou hipersensibilidade aos componentes.

Além disso, os anti-inflamatórios tópicos, aplicados na pele, podem ser uma opção eficaz no tratamento das dores articulares causadas pela osteoartrite.

Além do tratamento medicamentoso, idosos com dores agudas ou crônicas podem beneficiar-se de terapias não medicamentosas, como fisioterapia e exercícios físicos, bem como de mudanças no estilo de vida, como manter um peso saudável, evitar o álcool e o tabaco, por exemplo.

A decisão de usar AINEs em idosos deve ser tomada após uma avaliação médica cuidadosa, considerando os riscos e benefícios. Na maioria dos casos, a opção mais segura será evitar esses medicamentos. No entanto, quando não há alternativas viáveis, o uso deve ser monitorado com cautela. Os idosos que os utilizam devem estar atentos à pressão arterial, manter-se hidratados e relatar qualquer efeito colateral ao médico.

Recomenda-se fortemente que os idosos consultem um médico geriatra antes de iniciar qualquer tratamento com AINEs, pois esse especialista é qualificado para avaliar os riscos, possíveis contraindicações e interações medicamentosas específicas para essa população.

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