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Idosos precisam tomar vitaminas?

Idosos precisam tomar vitaminas?

O nome é tão forte e arraigado culturalmente que instantaneamente nos leva a pensar em vitalidade, vigor e saúde, mas serão estes os reais efeitos destes suplementos tão oferecidos em farmácias, televisão e internet?

O uso indiscriminado e sem prescrição médica de polivitamínicos por pessoas idosas não é recomendado. Faltam estudos científicos que comprovem sua eficácia para a prevenção de doenças, assim como não podem ser comprovados benefícios na melhora de sintomas ou da qualidade de vida.

Entretanto, alguns idosos podem necessitar do uso pontual de algumas destas substâncias, quando apresentam deficiências vitamínicas em seu organismo, as quais provocam sintomas desagradáveis e que comprometem a saúde da pessoa.

Ou seja, somente é recomendado o uso de vitaminas para idosos diagnosticados com condições de deficiência, as quais somente podem ser constatadas através de exames laboratoriais.

Devido ao processo de envelhecimento normal, o idoso pode ter uma maior tendência a absorver menos as vitaminas dos alimentos, assim como existem alterações no modo através do qual elas são armazenadas no organismo.

As deficiências mais comuns ocorrem com a vitamina D, vitamina B12, ácido fólico (B9) e tiamina (B1).

A falta de Vitamina D é uma condição muito comum nas regiões de menor exposição solar e particularmente em idosos que permanecem mais restritos ao domicílio, como em apartamentos e instituições de longa permanência.

Esta condição pode levar ao desenvolvimento de problemas osteomusculares, como a fraqueza muscular e aumento do risco de osteoporose, combinação que muito frequentemente leva à quedas e fraturas. 

Para que os idosos mantenham uma boa saúde, é recomendado pela literatura médica, que os níveis de vitamina D no sangue se mantenham acima de 30 ng/mL. Entretanto, níveis muito elevados não devem ser atingidos (acima de 60 ng/ml), pelo risco de intoxicação e efeitos colaterais, como a elevação do cálcio sanguíneo, condição chamada de hipercalcemia.

Em situações de deficiência de vitamina D, é indicado tratamento de reposição, podendo ser utilizadas doses de 50.000 UI semanais (geralmente por 8 semanas), e posterior manutenção de dose de 800 a 1000 UI por dia. 

A vitamina D pode ser encontrada naturalmente em alguns alimentos específicos, como em cogumelos, peixes gordurosos, bifes de fígado e gema de ovo, por exemplo. Além da dieta, ela pode ser incrementada em nosso organismo a partir de banhos de sol, muito importante entretanto, que o corpo esteja descoberto e com grande superfície em contato com a luz. 

As vitaminas do complexo B também são frequentemente reduzidas no organismo dos idosos, sendo elas nutrientes extremamente importantes para o sistema neurológico, na prevenção de doenças que afetam a memória, humor e nervos periféricos.

Quando em deficiência por tempo prolongado podem surgir sintomas compatíveis com  demências, como esquecimentos importantes, desorientação no tempo e espaço, confusão mental e também sintomas depressivos. Nos membros inferiores a falta destes componentes essenciais pode ocasionar o desenvolvimento de um problema com os nervos, condição dolorosa chamada de neuropatia periférica.

A mais comumente presente em pessoas da terceira idade é a deficiência de vitamina B12, a qual deve ter seu valor de referência, para a manutenção da boa saúde neurológica em pessoas com mais de 60 anos, acima de 350 pg/mL. 

Para o tratamento da carência podem ser utilizados medicamentos pela via oral, intramuscular e tecnologia mais recente uso de vitamina B12 sublingual.

É muito importante que as deficiências de vitaminas do complexo B sejam diagnosticadas precocemente, pois os danos causados pela falta delas são cumulativos e tendem a responder menos ao tratamento quanto maior for o tempo de doença.

Em resumo, o uso de vitaminas pelos idosos é um tratamento médico e não deve ser realizado por conta própria. Estão indicados estes produtos apenas em situações de agravos clínicos, quando há constatação de deficiências através de exames laboratoriais. 

Usá-las preventivamente sob forma de polivitamínicos de A a Z não é recomendado pela literatura médica, devido à falta de evidências científicas comprovando benefícios.

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